Eu também quero ser adoptada

por Monica Sona
Uma óptima saída para a crise.
Portugueses, jovens desempregados, emigrem para o Japão, o país do sol nascente, onde podem ter uma brilhante carreira num dos muitos impérios industriais.

O Japão tem a segunda maior taxa de adopções do mundo, com 80 mil por ano. Mas a maioria dessas adopções não são de bebés ou crianças, mas de homens adultos na faixa dos 20 ou 30 anos.
Isto tem origem numa prática centenária, que surgiu como resposta ao dilema da sobrevivência dos negócios familiares sem um herdeiro homem para gerir o negócio.
A história teve início no ano 717, quando, segundo conta a lenda, o deus do monte Hakusan visitou o monge budista Taicho Daishi e lhe disse para encontrar uma fonte de águas termais no vilarejo próximo de Awazu – onde hoje está a cidade de Ishikawa.
Daishi descobriu o lugar e ordenou ao seu seguidor Garyo Hoshi que construísse uma pousada no local.
Garyo Hoshi, por sua vez, ensinou preceitos do budismo aos visitantes e adotou um filho como seu sucessor, ao qual deu o seu apelido de infância, Zengoro.
Assim teria começado o negócio familiar mais antigo do mundo, segundo o livro Guinness World Records.
Desde então, há quase 1.300 anos, o hotel e o nome – Zengoro Hoshi – mantem-se na família ao longo de 46 gerações.
Mas num país em que um filho homem normalmente recebe a incumbência de ser o herdeiro da família, e havendo também mulheres como conseguem ter sempre homens como herdeiros?
Aí é que está o segredo. “Quando há só meninas, adoptamos o marido de uma das filhas”, diz o último Zengoro Hoshi.
Se a família não tinha um filho considerado capaz de suceder o pai, tentavam encontrar um homem mais capaz para se casar com uma das suas filhas.
“Era uma decisão muito pragmática para garantir a sobrevivência do negócio familiar”, observa. E mesmo hoje em dia, a grande maioria das companhias japonesas são consideradas negócios familiares e elas incluem nomes conhecidos como a Toyota, a Suzuki, a Canon, etc.
A Suzuki é conhecida por ter sido gerida por filhos adoptivos. O actual presidente da empresa, Osamu Suzuki, é o quarto filho adoptivo em sequência a administrar a companhia.

 

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