Afinal quem são os culpados do grande incêndio de Pedrogão Grande #100palavraspordia 49/100

por Monica Sona
Neste momento as vitimas mortais do grande incêndio de Pedrogão Grande chega já às 63. 
 
E na minha perspectiva há culpados e não são poucos. 

 

Já ouvi e li muita coisa na comunicação social, sobre o facto de se plantar nas florestas sobretudo eucaliptos e pinheiros bravos Entendidos na matéria têm alertado para a situação de catástrofe, devido à casca do eucalipto ser bastante inflamável e com vento forte pode atingir 1,5 a 3 km de distância, vento este que muitas vezes é devido às correntes criadas pelo próprio fogo.
Por outro lado existem leis, e pelo que sei as leis foram feitas para se cumprir, e quando não são cumpridas existem coimas.
Então vamos lá ver ao que a lei obriga, qualquer árvore plantada tem de ter 10 metros de afastamento em relação à via, e entre árvores um afastamento de 4 metros, não podendo existir entre elas vegetação subarbustiva.
Em relação às casas a vegetação em estado selvagem tem de estar a 50 metros, a primeira árvore a pelo menos 5 metros e entre árvores tem de se cumprir os mesmos 4 metros.
As florestas que arderam não cumpriam a lei, e isso está muito claro na imagem.
Nem câmaras, nem GNR, nem a autoridade florestal nem ninguém competente intervieram nestes casos de forma a evitar aquilo que aconteceu, uma catástrofe.
No inicio da década de 90 houve um incêndio muito forte naquela zona, cercou a minha aldeia, queimou tudo à volta, e o que é que se fez? Voltou-se a plantar tudo outra vez, sem respeitar distâncias, sem qualquer tipo de gestão e passados vinte e tal anos voltou tudo a arder.
Espero que se aprenda de uma vez por todas a lição, e que agora se cumpra a lei de forma a daqui a 25 anos não acontecer tudo outra vez.
É importante apurar responsabilidades junto dos governos que deram preferência a um determinado tipo de gestão florestal, sabendo do perigo que corriam, às entidades competentes por não fiscalizarem. Também não está esquecido a compra ridícula de submarinos em vez de aviões canadair. Parece mesmo uma brincadeira de miúdos mimados que querem brincar aos países ricos.
 
Os dois submarinos custaram 1000 milhões de euros, um avião canadair, que tanta utilidade nos trás, custa 37 milhões de dólares. Lembro que todos os anos temos vários incêndios graves em Portugal, e que todos os anos alugamos aviões…
 

As duas aeronaves alugadas para o combate aos incêndios terão feito, até agora, cerca de 1350 horas de voo. Segundo o contrato assinado a 15 de maio de 2015, cada hora de voo resulta num custo de 3703 euros –Expresso

Quantos canadair poderíamos comprar com 1000 milhões de euros?
Quantas vidas podíamos ter poupado se as florestas cumprissem a lei, e se houvesse uma politica de gestão florestal eficaz e inteligente?
E se houvesse aviões suficientes no inicio do combate aos incêndios? Será que o fogo se tinha alastrado desta forma?
Muitas perguntas, muitas dúvidas mas a certeza que estamos a ser governados por desgovernados.

 

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