Depois da tragédia de Pedrogão Grande #100palavraspordia 82/100

por Monica Sona
Pedrogão
Pedrogão

Esta foi a minha primeira viagem até às Cortes, um mês depois da tragédia e precisamente no fim de semana que seria de festa para Pedrogão Grande, não fosse ter acontecido esta calamidade, a festa não teria sido cancelada pelas razões óbvias.
A viagem estava a ser alegre, vínhamos com a musica alta, a contar histórias e a rir, entramos no IC8 em Avelar a caminho de Pedrogão Grande, e nesse momento baixamos o som e fomos a observar os 25 quilómetros que nos levam até  à nossa saída, em silêncio…

Tudo consumido pelo fogo. E quando conseguíamos ver mais além da beira da estrada, a paisagem a perder de vista tinha exactamente a mesma cor.  Passamos Pedrogão e os 15 quilómetros que nos levam até às Cortes, o cenário não muda muito, aldeias rodeadas de “floresta negra”.
Na altura da tragédia acompanhei tudo à distância, com muita intensidade porque tenho por lá família e amigos, que tiveram de ser evacuados das suas aldeias, é também por lá a terra que herdei dos meus avós, e apesar dos meios de comunicação social nos terem passado imagens de grande destruição eu própria fiquei impressionada com o que vi.
E apesar da minha tristeza em ver o verde a ser substituído pelo castanho e cinzento, que nos faz lembrar a quantidade de pessoas que por lá ficaram, esta zona está longe de morrer e agora mais do que nunca precisa da ajuda de todos e em todos os sentidos. O campo continua com os seus encantos, a calma e tranquilidade, as piscinas naturais, a gastronomia. E se têm por lá férias marcadas, não desmarquem, porque a paisagem apenas mudou de cor.

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