Histórias bizarras… #100palavraspordia 64/100

por Monica Sona

Sou daquelas pessoas que tem inúmeros tesourinhos, ao longo da minha vida tem me acontecido coisas caricatas, talvez na altura não tenha achado muita piada a algumas delas, mas hoje em dia são histórias que me fazem rir, e muito. Hoje lembrei-me desta…e como não tenho nada de mais interessante para vos contar hoje, fiquem com esta história bizarra. 

Na rua onde os meus pais vivem existia uma mercearia, que tinha o nome do próprio dono “A mercearia do Sr. Zé”.
O Sr. Zé veio de uma aldeia do interior do pais, chegou a Lisboa e abriu uma pequena mercearia para tentar vencer na vida. Para o ajudar ele contratava uns rapazitos lá da sua aldeia, vinham cheios de sonhos à procura de uma oportunidade aqui pela capital. E ele tinha dedo para os escolher, eram do tipo cromos, e daqueles bem raros.
Antigamente as pessoas recorriam às mercearias de uma forma que hoje não acontece, não existiam a quantidade de supermercados e hipermercados que há hoje, e comprava-se lá tudo, e até já existia a entrega de compras em casa, a minha mãe fazia a lista, eu entregava ao Sr. Zé e ao fim do dia lá ia o empregado entregar a encomenda a casa.
E numa certa manhã, estava eu a dormir lindamente, e toca o telefone, ninguém estava em casa a não ser eu, e como aquele objecto insistia em não parar de tocar fui atender, meio a dormir e meio acordada lá digo:
Eu: Estou?
Resposta: “É a Mónica”
Eu: “Sim quem fala?”
Resposta: “É o Jorge”
Eu: “O Jorge? Que Jorge?”
Resposta: “O Jorge da mercearia do Sr. Zé”
Pensei logo, mas que raio é que ele me está a ligar para casa e a perguntar por mim??? Humm…estranho.
Eu: “Ah Jorge, diz”…silêncio…silêncio muito constrangedor
Resposta: “Era para saber se queres casar comigo?”
Pára tudo…ele acordou-me, e pediu-me para casar com ele? A Serio???
Eu: “Não Jorge, adeus, e até logo…”
Bom, escusado será dizer que levei alguns segundos a processar aquela mensagem. E agradeci o facto de ninguém estar em casa, detesto que gozem comigo quando ainda não me consegui repor do susto ou da vergonha.
A única conversação que eu tinha tido com aquele rapaz foi: “Olá bom dia Jorge, podes me dar um litro de leite…quanto é?” ou “a minha mãe pediu para levares uma bilha de gás”. E era isto. As nossas conversas eram apenas sobre géneros alimentícios e afins e de quanto custavam.
Quando voltei a encara-lo, só pensava “Não Jorge não quero casar contigo, só quero mesmo um pacote de arroz”.

Mais tarde ele saiu da mercearia e não sei o que foi feito desse rapaz, se voltou para a aldeia ou se ainda anda à procura de noiva numa mercearia perto de ti.

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1 comentário

Lucie Lu 8 de Julho, 2017 - 9:32

Opá, muito bom! 😉

Adorei! Ser acordada com um pedido de casamento não é para todas!
E como foi o pedido a sério pelo marido?
Adoro essas histórias!!

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